CONTRAF-BRASIL E O ENCONTRO COM LULA

Com o objetivo de marcar o Dia Mundial da Alimentação e denunciar o triste flagelo da fome que assola mais de 19 milhões de brasileiros e brasileiras, o presidente Lula participou do Encontro dos movimentos do Campo, das Florestas e das Águas: pela vida e contra a fome.

O evento foi realizado na sexta-feira (15), em são Paulo.  Trata-se de uma iniciativa da Secretaria Agrária Nacional do PT,  do Núcleo Agrário, em articulação com as organizações dos movimentos sociais do Campo Unitário, em conjunto com o Instituto Lula.

A coordenadora Geral, Josana Lima e o coordenador de Relações Internacionais, Marcos Rochinski participaram da atividade e representaram a Contraf-Brasil/CUT no Encontro que reuniu dezenas de representantes de movimentos sociais, parlamentares e lideranças políticas. Também estiveram presentes os(as) companheiros(as) da  Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF) e a Secretária Nacional Agraria do PT, Elizangêla Araújo.

Josana Lima falou em nome da Contraf-Brasil e iniciou seu discurso saudando os integrantes da mesa e trazendo importantes dados sobre a fome no Brasil. Ela relembrou que a fome e a insegurança alimentar estão de volta ao país. Estima-se que mais de 19 milhões de brasileiros e brasileiras estão em privação extrema de alimentos e outros 116 milhões vivem algum grau de insegurança alimentar.

"Falar sobre a agricultura familiar e sobre alimentação é também falar sobre a mulher, que está em casa e sabe do que falta na mesa. Que sabe se o postinho do bairro tem médico ou remédio. Mas, infelizmente, as mulheres e toda a população brasileira estão sofrendo. Os dados mostram que o Brasil está de volta ao mapa da fome. Temos no país diversos fatores agravantes,  mas apesar de tudo, estamos felizes em estarmos juntos em um ambiente de acolhida, falando sobre nossos desafios e pensando no futuro e na reconstrução do Brasil", disse.

"Temos fatores que nos preocupam: um é o presidente Bolsonaro, um genocida que não respeita a vida no campo e retira dos trabalhadores a oportunidade de continuar produzindo com dignidade. Não dá para pensar na reconstrução do país sem pensar no alimento do povo, que as pessoas possam dormir sabendo que vão poder tomar café no outro dia", concluiu Lima.

Ao término de sua fala, Josana Lima entregou ao presidente Lula um presente da Contraf-Brasil; caneca e boné personalizados, além de uma caixa com fotos mostrando a diversidade da Agricultura Familiar e da Base Contrafiana.

Após as diversas intervenções dos movimentos sociais e representações políticas presentes, o presidente Lula iniciou seu discurso afirmado que, infelizmente, o Brasil chega a mais um Dia Mundial da Alimentação, celebrado pelas Nações Unidas neste sábado, 16 de outubro, sob o véu da mais humilhante das chagas da humanidade: a fome.

"Estamos aqui para mostrar, na comemoração do Dia Mundial da Alimentação, a indignação da sociedade brasileira com relação à irresponsabilidade pela fome no terceiro maior produtor de alimentos e maior produtor de proteína animal do planeta", afirmou Lula.

"Se formos analisar quantos trilhões de dólares os países ricos colocaram para salvar o sistema financeiro na crise de 2008, daria para resolver a fome em todo o planeta", apontou o ex-presidente. "Assim é a elite brasileira, sabe da fome por leitura. Mas quem lê não sente a fome". Para a classe dominante, Lula insistiu, o pobre não passa de uma estatística. "Esse país nunca foi governado 100% para o povo mas para uma minoria privilegiada", lamentou.

Ele falou ainda sobre outros "processos" de fome que pelo quais passam o país. "Temos fome de emprego, educação, cultura, direitos humanos, salário justo, desenvolvimento, empresas públicas, justiça, saúde de qualidade, água potável, saneamento, habitação, qualidade de vida, fraternidade, solidariedade, reforma agrária, crédito ao pequeno produtor, democracia, igualdade, paz e amor", elencou.

"A luta contra a fome passa por muitas outras, sobretudo a fome de dignidade. Precisamos recuperar a dignidade, restabelecer a democracia, porque nosso povo quer emprego, salário, cultura, viver bem", concluiu o presidente Lula.

Com informações Partido dos Trabalhadores

Fonte: CONTRAF-Brasil