"Brasil tem histórico em assassinatos no campo", destaca o coordenador da Fetraf-Brasil

A primeira semana de agosto começou com discussões relevantes para a Agricultura Familiar e um dos temas foi a violência no campo. Audiências no Senado apontaram como causa dos conflitos o que há muitos anos os movimentos sociais já denunciavam, a impunidade.

O coordenador da Fetraf Brasil Marcos Rochinski, no comentário da Semana Fetraf, atesta que o número de crimes é assustador. "Nosso País tem um histórico de assassinatos no setor rural e apenas 10% deles são julgados e os demais prescrevem. Não é possível conviver numa Pátria que deseja ser desenvolvida e deixar trabalhadores morrerem em função da terra de direito e que usa para o plantio".(Clique aqui e baixe o áudio e ouça o comentário na íntegra)

O relatório Conflito no Campo Brasil - lançado em abril de 2016 pela Comissão Pastoral da Terra traz os dados gritantes sobre a violência no campo. Em 2015, 50 pessoas foram assassinadas no campo, o maior número de vítimas desde 2004, e 39% a mais do que em 2014, quando foram registrados 36 assassinatos.

Os crimes concentram-se na Amazônia, onde foram computados 47 dos 50 assassinatos - 20 em Rondônia, 19 no Pará, 6 no Maranhão, 1 no Amazonas, 1 no Mato Grosso -; 30 das 59 tentativas de assassinato; 93 das 144 pessoas que receberam ameaças de morte; 66 dos 80 camponeses presos. E ainda 20.000.853 dos 21.374.544 hectares em conflito.

O caminho é a Reforma Agrária
No último dia 25 de julho, Dia do Agricultor Familiar, a Reforma Agrária foi uma das reivindicações da Fetraf, pauta permanente dos movimentos em defesa da terra e agricultura familiar, sendo uma das políticas apontadas como solução para os conflitos e disputas de território.

No entanto, a reivindicação é uma discussão que se arrasta há anos no Congresso e que diante do quadro político não tem sido de interesse para maioria dos parlamentares, já que sua grande parte pertencem a bancada ruralista, ou seja, dos grandes empresários do agronegócio.

Veja o relatório AQUI

Fonte: Texto Fetraf Brasil com informações da Comissão Pastoral da Terra