Jornal denuncia caixa 2 na campanha de Bolsonaro
A Folha de S. Paulo
desta quinta-feira (18) denuncia que empresários estão financiando ilegalmente
a campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o jornal, esses
empresários estão gastando milhões de reais para manter uma indústria de
mentiras na rede social WhatsApp e estariam se preparando para uma grande
ofensiva na semana da eleição, em 28 de outubro.
De acordo com a
reportagem, as empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de
mensagens contra o PT no WhatsApp. Cada contrato de "pacote de
mensagens" pode chegar a até R$ 12 milhões. A reportagem não especificou
quantos pacotes foram contratados até agora.
O que indica o uso de
caixa 2 na campanha do PSL é que, até o dia 14, o valor total de despesas
declarado pela campanha de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de
R$ 1,7 milhão. Já o valor que os empresários estão gastando sem
declarar em apenas um pacote de mensagens mentirosas, grosseiras e violentas
contra Haddad é sete vezes superior (R$ 12 milhões).
A rede de lojas Havan,
de Luciano Hang, que já foi condenado pelo Ministério
Público do Trabalho (MPT) por coagir trabalhadores a votarem em Bolsonaro,
está entre as empresas compradoras, segundo a reportagem.
A prática é considerada
ilegal por se tratar de doação empresarial de recursos, proibida pela
legislação eleitoral. As mensagens contra Haddad e a favor
de Bolsonaro são enviadas a partir de uma base de dados dos
apoiadores do capitão reformado ou compradas de agências de marketing digital,
o que também é considerado ilegal, pois a legislação proÃbe a venda de dados de
terceiros,
Em nota oficial, o
Partido dos Trabalhadores condenou os métodos criminosos utilizados pela
campanha de Bolsonaro são intoleráveis na democracia. "É uma ação
coordenada para influir no processo eleitoral, que não pode ser ignorada pela
Justiça Eleitoral nem ficar impune. O PT requereu ontem, à PolÃcia Federal, uma
investigação das práticas criminosas do deputado Jair Bolsonaro".
"O PT levará essas
graves denúncias a todas as instâncias no Brasil e no mundo. Mais do que o
resultado das eleições, o que está em jogo é a sobrevivência do processo
democrático".
A PolÃcia Federal foi
acionada, nesta quarta-feira (17), pela coligação O Povo Feliz de Novo para que
investigue as denúncias de irregularidades associadas à s fake
news, doações não declaradas do exterior, propaganda eleitoral
irregular e uso indevido do aplicativo Whatsapp.Â
Confira a nota na Ãntegra:
Reportagem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (18) confirma
o que o PT vem denunciando ao longo do processo eleitoral: a campanha do
deputado Jair Bolsonaro recebe financiamento ilegal e milionário de grandes
empresas para manter uma indústria de mentiras na rede social WhatsApp.
Pelo menos quatro empresas foram contratadas para disparar
mensagens ofensivas e mentirosas contra o PT e o candidato Fernando Haddad,
segundo a reportagem, a preços que chegam a R$ 12 milhões. A indústria de
mentiras vale-se de números telefônicos no estrangeiro, para dificultar a
identificação e burlar as regras da rede social.
É uma ação coordenada para influir no processo eleitoral, que
não pode ser ignorada pela Justiça Eleitoral nem ficar impune. O PT requereu
ontem, à PolÃcia Federal, uma investigação das práticas criminosas do deputado
Jair Bolsonaro. Estamos tomando todas as medidas judiciais para que ele
responda por seus crimes, dentre eles o uso de caixa 2, pois os gastos
milionários com a indústria de mentiras não são declarados por sua campanha.
Os métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são
intoleráveis na democracia. As instituições brasileiras têm a obrigação de agir
em defesa da lisura do processo eleitoral. As redes sociais não podem assistir
passivamente sua utilização para difundir mentiras e ofensas, tornando-se
cúmplices da manipulação de milhões de usuários.
O PT levará essas graves denúncias a todas as instâncias no
Brasil e no mundo. Mais do que o resultado das eleições, o que está em jogo é a
sobrevivência do processo democrático.
COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PT
Fonte: CUT