CUT sabe de sua responsabilidade com a reorganização sindical, diz Sérgio Nobre
Com o Congresso Estadual da CUT Santa Catarina
(CECUT-SC), nos dias 1º e 2 deste mês, em Florianópolis, a Central finalizou o
período de encontros regionais preparatórios para ao 14º Congresso Nacional
,que será realizado em outubro, em São Paulo.
Após os 27 CECUTs que tiveram início em 19 de julho, o presidente nacional da
entidade, Sérgio Nobre, aponta que os debates foram capazes de avaliar os
desafios enfrentados ao longo dos últimos dois governos federais, mas,
principalmente, indicar as lutas prioritárias do movimento sindical.
Para ele, nas discussões dos estados foram unânimes as avaliações sobre os
estragos causados pela extrema direita aos direitos trabalhistas e a
necessidade de mobilização do movimento sindical para reorganizar a estrutura
do Estado.
"As discussões que fizemos não deixaram dúvidas sobre a necessidade de
sepultarmos a extrema direita de vez no Brasil e darmos continuidade a medidas
essenciais para a democracia, como a reorganização dos ministérios destruídos
durante o governo de Bolsonaro (PL) e Temer (MDB); o fortalecimento dos bancos
públicos como fomentadores da economia; a retomada do BNDES [Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social] para o crescimento do país; a implementação
de políticas públicas voltadas à reindustrialização com uma indústria limpa.
Mas, principalmente, políticas voltadas à geração de empregos de qualidade, com
salário decente", explicou Sérgio Nobre.
Para ele, o trabalho será intenso e o próximo quadriênio, período de mandato
para as próximas gestões estaduais e para a nacional, que será eleita em
outubro será curto. Por isso, a primeira e principal tarefa é aprovar a reforma
do modelo sindical que tem sido discutida em um grupo interministerial
instalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em abril.
O objetivo é elaborar um projeto a partir da discussão que envolve 36 membros,
sendo 12 dos trabalhadores, 12 dos empresários e 12 do governo federal, para
encaminhar ao Congresso Nacional.
"O primeiro item da nossa agenda é a reforma do modelo sindical, para recompor
a organização dos sindicatos e trazer para dentro do sistema os 40 milhões de
trabalhadores que estão sem representatividade. Além de recuperar o
financiamento, ampliar a democracia e fazer com que somente quem representa a
classe trabalhadora possa continuar a existir. Aliado a isso, iremos trabalhar
pela regulamentação da convenção 151 da OIT [Organização
Internacional do Trabalho] para que o servidor público tenha direito à
negociação coletiva. Não há democracia sem movimento sindical forte", definiu.
CUT-SC reelege professora
No último CECUT, cerca de 300 delegados e delegadas representantes de mais de
70 sindicatos e federações presentes no congresso reelegeram a professora da
rede estadual Anna Julia Rodrigues para o mandato que prosseguirá até 2027.
O destaque ficou para a renovação de mais da metade da direção, com 60% de
novos integrantes em relação à diretoria anterior.
Aprovada em disputa com chapa única, Anna
Júlia destacou durante discurso de posse o papel fundamental que a classe
trabalhadora terá nos próximos quatro anos.
"A CUT tem a importante tarefa de ajudar a reconstruir este país e devolvê-lo,
de fato, para as mãos dos trabalhadores e trabalhadoras. Iremos defender o
projeto do governo Lula, que ajudamos a eleger, mas sem deixarmos de estar
atentos e mobilizados para organizar a classe trabalhadora. Teremos que
fortalecer a CUT, mantendo o protagonismo que construímos durante estes 40 anos
de sermos a maior central do país e um dos mais importantes instrumentos de
luta em defesa da classe trabalhadora", afirmou.
Confira como ficaram a demais CUTs no país após os congressos.
Reeleições marcaram pleitos
Na primeira semana dos encontros estaduais, em julho, a CUT Acre definiu a
reeleição do presidente Edmar Batistela. Mesma situação de Valdemir de Souza
Santana, reeleito para comandar a CUT Amazonas. Também na CUT Mato Grosso do
Sul, o professor Henrique Lopes será responsável por comandar pela segunda vez
a Central durante os próximos quatro anos.
Na CUT Ceará, o metalúrgico Wil Pereira foi reeleito, da mesma forma que a
presidenta Elzilene Nascimento, em Rondônia, Manoel Lages, no Maranhão, e
Marcio Kieller, no Paraná.
No Rio Grande do Sul, Amarildo Cenci foi reconduzido à presidência, situação
idêntica a do professor Paulo Rocha, em Pernambuco, e Roberto Silva, no
Sergipe.
Na 4ª semana de CECUTs, Piauí, Goiás e o Rio de Janeiro escolheram as novos
direções e na CUT-PI, o novo presidente escolhido foi o bancário Odaly
Medeiros. Na CUT-GO, também sob nova direção, o professor Flávio Silva irá
comandar a central, enquanto na CUT-RJ houve a reeleição do trabalhador do
setor da saúde, Sando Cezar.
No Distrito Federal, a Central será comandada
novamente pelo professor Rodrigo Rodrigues. Na Bahia, o congresso definiu um
novo mandato para a presidenta Maria Madalena, a Leninha, mesma situação de
Minas Gerais, que terá no comando mais uma vez o presidente Jairo Nogueira
Filho.
A sexta semana dos congressos, com o maior número de encontros, promoveu
atividades no Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Roraima, Alagoas, Amapá,
Espírito Santo, Pará, Paraíba, São Paulo e Tocantins.
Houve renovações na CUT-RN com o metalúrgico Irailson Nunes na presidência, na
CUT-AL com Luciano Santos, na CUT-PA com a bancária Vera Paoloni e na CUT-SP
com a escolha do trabalhador do ramo químico Raimundo Suzart. Na CUT-MS o
presidente Vilson Gregório foi reeleito, mesma situação da CUT-ES com a
presidenta Clemilde Cortes, da CUT-PB com Tião Santos, da CUT-TO com José
Roque, da CUT-RR, com Thoynha Matias e da CUT-AP, com o servidor público
Errolflynn Paixão.
Rumo ao 14º CONCUT
Após os CECUTs em todo o país, que definiram as estratégias locais de luta e as
bandeiras, delegados e delegadas que estarão presentes no 14º CONCUT, a Central
promove entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo, o congresso nacional
que terá como tema "Luta Direitos e Democracia que Transformam Vidas!".
O evento celebrará os 40 anos da maior central
sindical do Brasil e da América Latina, apontará as frentes de atuação em meio
ao primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
marcado por debates importantes como a retomada das políticas para a indústria
e o impacto sobre a classe trabalhadora, a regulação do mercado para
trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo e a revisão da política ambiental
com foco em uma transição justa e igualitária.
Fonte: CUT