Grito dos Excluídos ecoa nas ruas de Natal a resistência ao golpe e ao desmonte do país
Um grito de indignação contra o
desmonte do país, o fracasso da economia e a trágica gestão da pandemia pelo
governo Bolsonaro. Foi essa a tônica dos protestos e cartazes erguidos por
manifestantes no Grito dos Excluídos, manifestação que voltou a acontecer em
Natal, nesta terça-feira (7), após um hiato de oito anos.
O ato reuniu milhares de pessoas no
percurso da praça das Flores, em Petrópolis, até a praia do Meio. Movimentos
sociais, dirigentes sindicais, políticos de esquerda, estudantes, trabalhadores
e trabalhadoras marcaram presença com bandeiras, cartazes e entonando palavras
de ordem que faziam referência às privatizações, à morte de milhares de
brasileiros durante a pandemia por falta de vacina e descumprimento das regras
sanitárias, além da ameaça de golpe e de ataque às instituições.
A deputada federal Natália Bonavides
(PT), os vereadores Robério Paulino (PSOL), Brisa Bracchi (PT), Divaneide
Basílio (PT) e Pedro Gorki (PCdoB) compareceram levando apoio. Movimentos
populares, a exemplo dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Terra e o Movimento
de Luta por Moradia nas Vilas, Bairros e Favelas levaram centenas de ativistas.
A origem do Grito
O Grito dos Excluídos teve origem em
1994 durante a 2ª Semana Social Brasileira, da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: "A
fraternidade e os excluídos". A partir de 1996, as manifestações foram
assumidas pela CNBB, que aprovou o Grito em sua Assembleia Geral, como parte
Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM). Portanto, as raízes são diretamente
ligadas à Igreja Católica.
Manifestantes
saíram da praça das Flores em direção a praia do Meio na manhã desta
terça-feira (7) / foto: Diego Hervani
O deputado federal eleito e ainda não
empossado em razão de uma liminar no TSE Fernando Mineiro discursou em defesa
dos trabalhadores:
- Mais do que nunca, vir às ruas é
reafirmar nossa luta. Parabéns povo resistente, que a gente vá as ruas sem medo
e com muita vontade de dizer fora Bolsonaro", disse.
O vereador Robério Paulino lembrou que
bolsonaristas realizavam uma manifestação nas proximidades da Praça das Flores,
mas nem por isso os movimentos populares deixaram de sair às ruas:
- Esse ato é uma demonstração de força,
os movimentos sociais têm muita força e somos maioria nesse país. A direita
está aqui perto achando que são os donos do mundo, mas essa data não é deles,
essa data também é nossa. É uma data tradicional da manifestação do Dia dos
Excluídos e estamos na rua com milhares de pessoas, mulheres, crianças. eles
podem fazer o que quiser, mas o movimentos social, a luta dos trabalhadores e
dos pobres nunca morreu ao longo dos anos e não vai morrer", disse o parlamentar.
Conlutas
levou faixa responsabilizando Bolsonaro e Mourão pela crise sanitária / foto:
Jana Sá
Movimentos populares, como o de luta
por moradia também marcaram presença. O ativista Matheus Araújo, membro do
Movimento de Luta por Moradia nas Vilas, Favelas e Bairros, destacou as razões
de sair às ruas neste 7 de setembro:
- Hoje os movimentos sociais
organizados dão um grande grito dos excluídos contra essa tentativa golpista de
Bolsonaro. Contra a fome e a miséria. O povo brasileiro está cansado de ter que
engolir suas palavras, cansado de passar por tantos problemas", disse.
A presidenta da Central Pública Ângela
Lobo resumiu a manifestação:
- O povo está na rua dizendo que não aceita investida fascista do governo fascista e genocida", declarou.
Fonte: Saiba Mais