Campanha da Fraternidade convida cristãos a refletir sobre o combate à fome durante a Quaresma

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade de 2023 com o tema Fraternidade e Fome. É a terceira vez, em quase 60 anos de campanha, que a temática da insegurança alimentar é tratada pelo movimento católico.

Como hoje, nas duas ocasiões em que o assunto foi abordado, famílias brasileiras viviam um agravamento das desigualdades, da carestia e da falta de direitos básicos. Em 1975, quando dois terços dos brasileiros e brasileiras não conseguiam consumir o mínimo de calorias adequadas por dia, o lema da CNBB foi Repartir o Pão.

Já no ano de 1985, com a hiperinflação de três dígitos e 40% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, as reflexões propostas para o período da Quaresma foram guiadas pela máxima Pão para quem tem fome.

Para 2023, o assunto foi escolhido pela CNBB com objetivo de impulsionar reflexões sobre a volta do Brasil ao mapa da fome e os números da insegurança alimentar. Quase 60% da população convive com algum grau de incerteza sobre alimentação todos os dias e mais de 33 milhões de pessoas passam fome.

Como guia dos trabalhos, a confederação escolheu o tradicional e conhecido trecho bíblico "Dai-lhe vós mesmo de comer!" (Mateus 14,16). A ideia é chamar fieis e paróquias para a ação e minimizar os impactos da fome entre as famílias vulneráveis ao problema.

Integrando as atividades da campanha, o Observatório da Evangelização, da PUC Minas, lançou o Atlas da Fraternidade, um mapa que pretende compilar todas as iniciativas conduzidas pelas igrejas do Brasil ao longo do período da Quaresma.

Os 40 dias entre o Carnaval e a Semana Santa são simbólicos para o cristianismo. Considerado um momento de recolhimento e preparação para a Paixão de Cristo, normalmente vem acompanhado de jejuns, orações e caridade. 

"Todos os anos, no tempo da Quaresma, somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão", disse o Papa Francisco em mensagem especial sobre a Campanha da Fraternidade.

Segundo ele, ir ao encontro das necessidades de quem passa fome é uma forma de saciar "o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os pobres e famintos". O papa defendeu ações concretas, mas ressaltou também a importância de que o período gere uma consciência permanente e constante.

Saiba mais no site da Campanha da Fraternidade 2023. Clique aqui.

Edição: Vivian Virissimo

Fonte: Brasil de Fato